quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"O CIRCO", desceu ao burgo.


Alguns políticos recorrem ao transporte no metro para “dar recados” políticos e se recorressem à vassoura para limpar os corredores da Assembleia…?


Quando um Primeiro-Ministro eleito para governar com o aval do povo, recorre ao sofisma de se querer misturar com a azáfama quotidiana, recorrendo com alarido publicitário ao transporte que a população em geral utiliza para ir para o trabalho que lhe garante a subsistência, estamos na presença dum ser abaixo da média que, para além do mais, não possui personalidade para justificar uma razão objectiva para utilizar o carro topo gama que o Estado lhe faculta para o seu serviço. O Primeiro Ministro, o Presidente da Republica, o Presidente do Conselho Superior da Magistratura ou qualquer outro cargo superior do Estado, nunca fizeram história a vassourar os corredores dos comboios urbanos, a substituir os vendedores nos mercados ou a conduzirem táxis num qualquer lugarejo do país e porquê, porque este não é o estatuto para que estão empossados e a “politica” afinal de contas não serve para explicar tudo – quando estas “aves raras” aparecem em locais de passagem pública para fazer “acrobacia” o povo, fica estupefacto e tem razões para desconfiar, porque não é normal tal atitude – o circo ainda não desceu ao burgo e se o decreto por escrita relâmpago o permitisse a polícia tinha dever de intervir, mesmo que para isso tivesse de se apoiar na polícia de intervenção. Um político quando trabalha com responsabilidade, não tem tempo para devaneios destes e isso é razão suficiente para condenar atitudes bizarras e que não contribuem para o bem estar dos portugueses – quem recorre a tal subterfúgio é um teórico falhado nos prometimentos com os quais se responsabilizou na candidatura e tudo não passa duma fanfarronice, duma tentativa para descer à origem da humildade, quando se reconhece sem dificuldade que tal propósito, desafia quem sabe ser impossível de equacionar face às reais dificuldades do povo, para quem um simples euro representa a fasquia que decide tudo – quando se encontra um Primeiro-Ministro na mesma carruagem, poder-se-á pensar num primeiro momento que a coincidência é útil, só que e logo a seguir e quase instintivamente considerarem que o encontro casuístico é um embuste e uma afronta insultuosa aos paradigmas colocados em cima da mesa – dum lado está o “poder” que insulta, afrontando os mais frágeis e do outro está a singeleza dum povo que todos os dias se esforça por subsistir num “selva” onde o combate é fatidicamente desigual – uma figura pública que embarca num comboio em hora de ponta tentando confundir-se com a população e ter a viatura que lhe está distribuída escondida num recanto é uma atitude inadmissível e para a qual a renuncia seria uma saída pela “porta pequena” – mesmo que não tivesse a viatura à espera tal figura deveria seguir o mesmo procedimento, porque nada justifica o injustificável.

sábado, 11 de setembro de 2010

O Munícipio de Ilhavo, um "oásis" no centro do furacão








ÍLHAVO, rodeado por um mar de desgraça e crise, avança e desbrava novas acessibilidades, virando o Concelho do avesso.

Em tempos idos, que recordo com saudade e quando a Assembleia Municipal era um local ao qual dedicava uma simpatia municipal, logo se reconheceu que o jovem eleito Ribau Esteves demonstrava ser um autarca muito promissor. Numa das perguntas nas primeiras reuniões da AM sobre o que desejava para o Concelho, o jovem autarca eleito Presidente da Câmara, com o sobrolho carregado e a mão no "gatilho", ripostou que iria “virar Ílhavo do avesso” – não conseguiu ainda virar tudo, porque os obstáculos são muitos e também por força duma lei mesquinha, não terá tempo político para o concluir, mas a obra que deixará para os vindouros terá consequências evidentes na qualidade de vida e na operacionalidade, perpetuando para o futuro marcas irreversíveis na traça urbana global que foi substancialmente alterada para melhor e que, de forma consistente diminuiu as assimetrias entre freguesias, unificando de vez o Concelho. As cinturas internas e as ligações preferenciais às auto-estradas, algumas ainda em curso, oferecem janelas alternativas de deslocação quase milagrosas, pois parecia impossível desbloquear grandes áreas de terreno rústico, colocando ao alcance do cidadão uma outra visão sobre o Município que antes só possuía como característica histórica, o mirrado centro nuclear onde tudo se passava -- num pequeno perímetro urbano encontrava-se o Cinema, onde se exibiam filmes de cow boys em super scope, o “Texas” onde se recriaram grandes momentos cénicos, a Rádio Faneca que explorava ritmos Sul Americanos e publicidade “enganosa”, o Mercado, gelado como na Noruega, os CTT, com a prepotência instalada, a Escola Nova onde os professores arriavam lestos nos alunos e finalmente “o passeio dos tristes” à volta do velho jardim que de forma pausada e carrancuda, com as “velhas” sentadas nos bancos circundantes a controlar os avanço dos “engates”, emoldurava com simplicidade e voluntarismo ancestral a evolução social que se apresentava estagnada e sem luz ao fundo do túnel.
Hoje e quem não conheça o Concelho, percebe fácilmente que este representa um espaço moderno, que luta todos os dias para melhorar o espartilho que ainda atrofia a população e faz das “tripas coração” para enfrentar as dificuldades que outros profusamente espalham a esmo, não percebendo que quando alguém ou alguma coisa possui atributos autárquicos intrínsecos, por isso raros, deve-se avançar com respeito institucional, deixando de lado ressentimentos e incompetências políticas que são neste momento o que mais prejudica o País.
Porque a CMI se tem portado à altura dos tempos conturbados que assolam o País e porque está empenhada em investimentos de reclassificação urbana, escolar e outros,de grande envergadura financeira, que modificarão para sempre o Concelho, um simples aceno de simpatia e reconhecimento, talvez sirva de incentivo para o Presidente continuar “cá dentro ou lá fora” com a competência que os munícipes sem favor reconhecem.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010



TEMAS DE VERÃO

A estratégia básica do ensino actual baseia-se no princípio de que, quem tem fome, merece uma cana para pescar…

1 - O problema é que o ensino desliza com tanta facilidade na superfície fina do gelo, que não permita cinzelar sulcos de conhecimento que permitam num dado momento saber escolher a ferramenta para fabricar a cana, quanto mais os anzóis a linha ou mesmo o isco para caçar e depois vender.
Bombardear os tempos de ensino com muitas actividades de ar livre é salutar e deixar a criança funcionar, experimentando e descobrindo o ambiente à volta é um movimento tão natural como o nascimento. Só que e logo a seguir a esse recreio, tem de existir um impulso artificial inteligente que ajude a vencer a inércia que atrapalha nos movimentos e nunca é tarde demais incutir cedo no subconsciente que, chegar mais longe, mais alto e ser mais forte, conjuga o verbo vencer nas vertentes do futuro.
O esforço na construção de escolas e a clareza de perceber e eliminar as obsoletas é uma estratégia que dará resultados, mas os métodos de ensino e o empenhamento de quem tem essa incumbência nacional deve ser avaliado dia a dia, com exemplaridade, tendo-se sempre presente, que o resultado que se persegue e deseja alcançar, fortifica e fabrica a necessária palamenta que os jovens devem transportar para a vida activa.

O PCP e pesem os picos ideológicos e o ponto de vista de onda olha a organização do Estado, é de facto uma força, que ultrapassa de longe a militância política, quando mete mãos à obra para levar a bom termo a Festa do Avante.

2 – A Festa do Avante é uma estóica maneira de trazer à superfície homens e mulheres de diversos extractos sociais que têm uma particular visão sobre o modo de governar o País. É uma festa que nasceu há muito e que ano após ano atrai para o seu interior um mundo de curiosidade, que fica estupefacto quando confere a união entre camaradas e analisa o esforço aparentemente desinteressado que desenvolvem gratuitamente para reconstruir todos os anos uma festa que é uma montra fantástica da expressividade dos comunistas que para além de sérios, são unidos até à exaustão -- fui ver com os meus próprios olhos e gostei do que vi, embora não concorde com os fins a que se destina.

A justiça que reclama um dos pilares do “poder” parece perdida num labirinto legislativo que ela própria teceu e não é de espantar os resultados dum julgamento tenebroso na complexidade processual e fatídico no tempo que ocupou para o trazer à luz do dia – o julgamento do caso da pedofilia na “Casa Pia” em Lisboa, levantou de vez o véu que teimosamente escondia as feições duma justiça que sem tibiezas não é igual para todos.

3- Os portugueses alheados da complexidade jurídica e que abominam quando são obrigados a recorrer a advogados para patrocinarem uma qualquer reclamação, ficam transidos de medo, quando percebem o que lhes pode acontecer. Um cidadão que se sinta injustiçado e tenha de recorrer às várias instâncias judiciais para reclamar o que entenda ser seu direito, fica imediatamente paralisado porque não tem conhecimentos nem capacidade financeira para vencer o que quer que seja nos tribunais – o advogado oficioso é um adereço simpático no rendilhado, mas em boa verdade não representa uma solução de defesa com garantias de fazer o melhor para o seu cliente que reclama vitória. A Justiça, que se quer cega e equidistante no julgamento está cercada por interesses, manobras processuais e becos sem saída que não dão garantia de coisa nenhuma ao cidadão comum – hoje mais do que nunca a Justiça funciona para quem tem meios para se desenvencilhar das teias labirínticas que os actores em palco zelosamente tecem com uma ternura de verdadeiros artistas do verbo.

Uma regata na Costa Nova do Prado é um verdadeiro elixir da vida para quem tem a possibilidade de a admirar por dentro.

4 – As velas ao vento, os músculos retesados no leme e nas manobras de “agarrar o vento”, corporizam uma excepcional actividade que um dia destes dará com certeza frutos na árvore dos campeões. Os jovens praticantes da navegação à vela ao longo da frente de ria desenvolvem uma actividade refrescante quando se percebem movimentos direccionados para todos os quadrantes e que aos olhos de espectadores pouco ou nada conhecedores das manobras ficam deliciados por constatarem no último momento que um dos muitos barcos que operavam num aérea muito curta, se safou dum outro que só por alguns centímetros não foi abalroado. Os miúdos envolvidos na regata, eram largas dezenas e para eles vai o prémio de neste Verão onde a canícula se desvaneceu, terem sido dos poucos que tentaram consolidar uma alegria, que anda pelas “horas da amargura”.