segunda-feira, 26 de março de 2012

Salazar foi apenas mais um político...


O cofre português está “limpo” e os mandantes emigraram, como se não tivessem nada a ver com o assunto…oferecer ou dar o que é dos outros é fácil o que é difícil é ter liquidez para pagar os salários e resultados para reinvestir e criar riqueza.

A “ febre” do 25 e a sua génese de liberdade durou uns anos, mas paulatinamente foi descambando para a valeta e hoje, apesar do desenvolvimento concentrado no cimento, é um campo de guerra onde mais uma vez o povo é roubado e os ladrões não prestarão contas à justiça, porque os pilares do Estado estão sem proteção e alguns até estarão sem tutela e a operar em “roda livre”… a sentença que foi aplicada aos antes do 25 e que sem rodeios tinham na lapela vários logótipo que a PIDE “tratava com respeito e mãos de veludo” e alguns “pilha galinhas” que a GNR tratava mal, metamorfosearam-se num movimento de distribuição de ilusões ao domicílio que iludiram o País como quem esvazia ouro das ourivesarias – Portugal e os Portugueses estão à mercê do assalto alucinogénico e fora uns “lobos vestidos de cordeiro” que piam para não ladrar prometendo solidariedade para não morder, o povo está enquistado pela pressão de quem tem o desplante de se “candidatar”, sem perceber nada do assunto – a teia infernal aperta-se cada dia que passa e o povo esmorece ao olhar os “mortos” que jazem por todo o lado – em qualquer lado do mundo é crime conduzir-se um estado à falência, quer seja propositado, por incompetência ou por simples ingenuidade – o mirrado cofre português foi saqueado com promessas de baixíssimo teor político e hoje estamos no atoleiro que Salazar nunca teria permitido que existisse, apesar de existirem analfabetos que quando comparados com os de hoje merecem o altar do Altíssimo – os de antes eram astutos e experimentados, os de agora são ingénuos e patéticos...

Salazar, conhecido por ser um amante de Fátima, futebol e fado, para encher o Terreiro e ouvir palmas dando recados, mandava alugar camionetas por todo o País e arrebanhando o povo mais ou menos iletrado que não conhecia a Capital e gostava do garrafão atestado, emoldurando em conjunto com os poderes religiosos a paisagem com o Tejo ao fundo – sem grandes dispêndios preenchia o item internacional de que o “Zé Povinho” o apoiava na totalidade e com tal atitude política abafava quem vociferava contra a ditadura fascista … Salazar era mesmo licenciado, era manhoso, tinha “caco” e sabia mandar com (m) grande, por isso espreitou o negócio, não entrou na guerra, mas serviu ambos os senhores e com esse estratagema simples abarrotou os cofres com reservas reais e que faziam corar de inveja outros que apesar de terem roubado o que puderam mandaram para a morte milhares de cidadãos e desbarataram com sofreguidão bélica o que lhes custou pouco a ganhar – quanto ao resto do desenvolvimento Salazar sabia que Roma e Pavia não se fizeram num dia e por isso ronronava o Estado Novo e construía uma rede escolar que hoje está a ser vendida para o turismo rural – nos campos da industria fomentou uma armada de navios que demandaram portos de todo o mundo dominando com profissionalismo a cabotagem enquanto paulatinamente desenvolveu uma rede pesqueira onde Portugal pontuava como das maiores frotas do mundo – em redor destes pólos um desenvolvimento de apoio empresarial que ao tempo eram relíquias dos trabalhadores altamente profissionalizados e que sustentavam as grandes cinturas industriais das grandes cidades, floresciam como cogumelos e os resultados das grandes construções e grandes reparações ai estavam para quem o queria ver – não esqueceu a metalurgia pesada e com denodo e saber ao que ia edificou “reservas” que abasteciam as metalurgias com produtos manufacturadas de excelência comprovada – os estaleiros proliferavam e a bucha estava garantida - depois não esqueceu o ensino que floresceu nos anos 60 com grandes personalidades e também não esqueceu o essencial e que qualquer economista de "pacote" sabe, o ouro entesourado e como reserva viva era um aviso aos que se consideravam mais ricos, que perante o facto abriam a boca de espanto...

Claro que Salazar sabia que o povo português é um povo rebelde, que não gosta de liderar, que prefere antes ser mandado e que tinha deficiências estruturais na sua raiz que o atiravam frequentemente para o setor primário e para o trabalho onde “partir pedra” era e ainda é uma das suas melhores especialidades – o Povo português tem uma matriz rural e ela tem prevalecido até aos nossos dias como se comprova ( a crise encaixa milhares que estão a voltar à agricultura), apesar de existirem algumas exceções que não resolvem a equação – precisa-se dum estado de mãos limpas onde a justiça funcione, não para mandar prender os pilha-galinhas, mas para refrear os ímpetos dos colarinhos lavados que possuem um arquipélago de manuais e cartilhas, o que lhes permite ganhar rios de dinheiro sem nunca terem trabalhado, depois é preciso que os cidadãos tenham acesso a um ensino verdadeiro que os habilite a dominar o conhecimento, porque sem isso nada feito.
Salazar foi um político que passou à história e do que se trata hoje e para finalizar é avisar quem agora estuda para ser “alguém”, parecendo não saber que o dinheiro não cai do teto e que os países só podem aguentar-se no balanço da concorrência por vezes desleal, se a massa cinzenta funcionar – senão funcionar estaremos mais uma vez no caminho errado e a culpa é de quem não tem capacidade para DOTAR O ENSINO com SEMÁFOROS que avisem quem aprende, quem manda e quem ensina – um professor, um verdadeiro professor será aquele que é lembrado pela competência e um verdadeiro aluno pelo empreendodorismo que conseguir fundar e os países só serão sustentáveis se estas elites florescerem sem o cancro do corporativismo que tudo queima...

sexta-feira, 2 de março de 2012