A Constituição Portuguesa, salvo
o devido respeito, é uma arquitetura constitucional, na qual “o núcleo duro” é
o comando político da maioria instalada na AR em determinado momento da vida política
de um País, partindo do princípio de que “alguns” serão eternos, e que sem o
seu beneplácito nada será possível alterar – é verdade que os outros podem seguir
o mesmo princípio constitucional, mas, atenção, quando isso acontece, o sino toca
a rebate e eles estão na rua, à chuva, ao frio, ao vento, ou mesmo clamando por
“revolta”, não desprezando a “guerra civil” para resolver a contenda ideológica
– pensar em 2/3 dos deputados para alterar constitucionalmente o que quer que
seja, é uma impossibilidade fatídica, pois quem redigiu a Lei, ao tempo, sabia ao que ia…a Lei
está afogada em “lacunas providenciais”,em ilusórios benefícios materiais e armadilhada até aos
confins do inferno…e o povo está a leste...
Os hipócritas e ao contrario do
que afirmam estar a fazer em nome do seu “Polvo” e não em nome do “Povo”, o que
querem mesmo é defender os seu únicos e exclusivos privilégios, que
infelizmente são muitos… o Povo Português, nesta “teia reacionária e esclavagista”
pouco ou nada pode fazer e isso porque não sabe como dirigir o voto e mais, não
sabe como alterar a metodologia constitucional elaborada pelos princípios
acima descritos …o povo só pode fazer o que está na Lei e isso é determinante
para o voto do povo, que não passa dum “testa de ferro” em termos constitucionais… ou será que pode? …para
se perceber o contexto do cenário de falsidade em palco, basta referir que quem
mais fala da crise não é o povo, que labuta dia a dia para sobreviver, são “os
bem instalados” e aqueles a quem a crise não aquece nem arrefece…os médicos tratam do trabalho no consultório, no privado e no público, os Juristas tratam dos privilégios e das rendas de casa, a Educação privilegia a quantidade, e outros tratarão de defesa dos estatutos patronais - o Povo, esse pobre miserável, trata das batatas, das cebolas e dos alhos para alimentar esta gente toda...claro que uma batata valerá sempre menos do que uma receita, um estatuto, ou uma aula sobre inconstitucionalidade, mas sem vegetais no mercado, o mundo, mesmo sem dentistas e outros profissionais académicos, não teria chegado onde estamos hoje...
Segundo a Constituição Portuguesa
o Presidente da República, só pode deslocar-se ao estrangeiro, neste caso à África
do Sul para o enterro do Mandela, se a Assembleia da República votar a favor…claro
que neste caso hipocritamente todos votam a favor, quando alguns no seu intimo,
mais chegado, pensarão que se perde uma oportunidade para “calar os tipos” que
pertencem à mesma ceita de ladrões – é verdade que alguns deles são mesmo…mas a
razão desta subserviência constitucional, baseia-se no princípio de que o Presidente
da República eleito por sufrágio Universal é no fundo “Uma Marioneta Feia” que
em vez de democracia está enrolado em preceitos ideológicos de baixa índole e amarrado
em princípios hediondos e de controle pidesco… um dos considerados baluartes da
democracia portuguesa, o Presidente da República, não tem vontade política própria,
só pode fazer o que a maioria determinar e porquê? Porque um dos baluartes
escondido atrás da redação constitucional que detinha na altura uma “maioria de
ocasião”, previu em abstrato e “a la longue” que a “maioria” nunca confiará naquele
que o POVO, em eleições livres, elege em VOTO LIVRE E UNIVERSAL…este deveria ser
o caso em que o Presidente ( quem fosse) determinaria quem poderia
fazer o quê e não o contrário como bem se percebe…a “bomba atómica" do Presidente
como alguns clamam alto, para “lavar” a fraqueza do Presidente, não passa dum desabafo
intestinal…o atual Presidente da Republica é um “peixote” que serve para a coreografia
pensada a montante e pouco mais do que isso…
O Povo para se defender deste
garrote político só pode Exigir que se faça um Referendo à Constituição e
por esse caminho teremos transparência naquilo que o POVO quer ou não quer para
a sua Lei Fundamental…a Constituição…uma coisa é certa, na Constituição a rever, terá de existir um artigo para a infalibilidade das promessas e a prisão efetiva para quem desrespeitar tal princípio Constitucional - obviamente o Presidente da República enredado num regime semi-presidencial terá de ter oportunidade inequívoca para mandar mesmo...
No caso do Povo exigir através de
assinaturas a revisão Constitucional, e desconhecendo se nas entrelinhas da Constituição se existe algum entrave escondido ao referendo Constitucional, os que se reclamam
de “supra sumos da matemática geométrica” que vivem no limbo e para o limbo, democratas
falsos, hipócritas, mentirosos, prepotentes, gaseados pelo “cheiro” do poder e
patronos da festa, nunca aceitarão que isso aconteça, porque de privilégios escondidos
sabem eles administrar muito bem…