sexta-feira, 23 de janeiro de 2009




O Carnaval é uma época fantástica e não merece desaparecer porque para além de permitir voz livre à opinião faz rir as pessoas

Parece que o momento em que o povo fez comemorar a fertilidade e a produtividade do solo na Grécia, surgiu o Carnaval e isso aconteceu por volta do ano 605 A.C. e cedo se propagou a outras terras de forma meteórica. O Egipto, Roma e depois Veneza impulsionaram de tal forma esta manifestação pagã na antiguidade que as bebidas, o sexo, as mascaras, as fantasias, os carros alegóricos e os desfiles tornaram-se “escapes”adereços insubstituíveis na crítica azeda e por vezes violenta das classes sociais dominantes, que sempre oprimiram e exploraram as classes destinadas ao último estágio na hierarquia social.
O Brasil onde o Carnaval chegou pela mão dos portugueses é actualmente um palco mundial onde tudo é permitido, transformando-se numa amálgama de espontaneidade onde todos os excessos são possíveis.
A Igreja, de principio no meio e no fim, nunca viu com bons olhos estas manifestações que de certa forma nada têm a ver com os caminhos ímpios que a religião sempre aponta, mas e não podendo eliminar o facto, reconheceu o direito e até o oficializou instituindo datas para os festejos carnavalescos, que nunca poderiam coincidir com a Páscoa católica.
Ílhavo sempre teve raízes carnavalescas e “os espontâneos” que apareciam de tudo quanto era lado merecem que essas festividades renasçam, porque a critica social mesmo que azeda e por vezes injusta ajuda à aproximação dos povos e beneficia a democracia onde o pensamento e a opinião tanto precisam ter impulso próprio.
Apesar da “crise” que ameaça demolir tudo e não tendo a autarquia “ custos” porque o espontâneo é um elemento carnavalesco que se auto comparticipa, deve repensar a data dando uma abertura que dê um empurrão à inoperacionalidade que tem “amarrado” a criatividade das pessoas do Concelho, excluindo como é óbvio Vale de Ílhavo onde os “cardadores” e outros, arrenegados com o centro, pontuam com assiduidade e zelo, chamando para a sua região milhares de pessoas.

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