sexta-feira, 24 de abril de 2009

25 de Abril de 1974 - uma data para relembrar,comparar, deduzir e criticar.....





Antes desta data quase todos tinham aprendido a “conviver” com a ditadura do Estado Novo e Salazar não passava dum lidere à medida dum pequeno país – percebe-se hoje com facilidade, que o Professor Doutor António de Oliveira Salazar foi um ditador inteligente, que utilizava a policia para inspirar respeito, que compreendia e aceitava com prazer a religião católica, que não admitia concorrência politica, que adulterava os actos eleitorais, que aceitava sem qualquer rebuço a censura, que aceitava sem remoques de consciência “o bufo”, que não gostava do jugo comunista, que não entrou na segunda guerra mundial por ser um estratega politico à altura dos seus pergaminhos e que tinha um projecto escolar para o País onde nasceu e por felicidade morreu – Salazar e depois de ter governado com “mão de ferro” durante muitas décadas, deixou um pais pacificado e sem criminalidade, um país sem dividas, deixou reservas reais em ouro, deixou um povo inculto mas determinado, um país com escolas e estradas mas sem vias rápidas, um legado de “sós mas orgulhosos”, deixou intacto o Império Colonial herdado dos antepassados, deixou prosperar na riqueza absoluta várias “famílias” que se podem ainda hoje quantificar com precisão e quando morreu, deixou para as posteridade um par de óculos, umas botas de meio cano, uma caneta certamente equipada com aparo de ouro e uma noção do lugar que cabe aos homens de Estado, que causa engulhos violentos nas caras dos milhares de novos ricos que prosperam como moscas pelo País democrático e que por inestimável modéstia, lhe chamam por dá cá aquela palha “ um tenebroso fascista” que não aceitava as liberdades individuais, prendendo a torto e a direito e que praticava as maiores atrocidades para se “desfazer” dos oponentes políticos – a PIDE (Policia Internacional de Defesa do Estado) ficou para a história deixando que as Universidades analisem profundamente a razão de torcionários de ontem, poderem voltar a repetir-se, vestindo naturalmente outra roupagem mais “soft”.

Amanhã, passados que são 35 anos o Estado, livre de peias e amarras e cheio de “brilhantes iluminados pela criatividade e inteligência”, fizeram proliferar os novos atributos que multiplicaram a erva daninha, a promoção da incompetência, a mentira, o cinismo, o facciosismo, a inveja a descrença e para fazer sobressair e sustentar tais inteligências que o Estado Novo “liquidou”, implementaram um Sistema Nacional de Saúde entupido, injusto e monopolizado, uma justiça a raiar as "bordas" da injustiça quando não julga em tempo útil ou mesmo afasta dos tribunais o cidadão que não tem dinheiro para a pagar, abriu portas escolares sem soluções para a juventude, desqualificou o cidadão não lhe proporcionando meios de formação credível e com mérito, semeou por todo o País uma corrente imparável de oportunistas que se banqueteiam hoje com reformas milionárias de três ou quatro proveniências e com idades vergonhosas, incentivou que os políticos correligionários se enquistassem como lapas nos poderes e a alguns foi oferecida a possibilidade de enriquecerem dum dia para o outro, para não falar da enorme corrupção que grassa por todo o País – uma empreitada pública adjudicada por milhares de euros é certo e sabido que o estado vai pagar no final milhões – discutem ainda leis para promover militares da revolução de 1974, leis para prevenir o “enriquecimento ilícito e a corrupção” e leis muitas leis para moderar os que vivem à margem da lei e que quintuplicam cada ano que passa – aos milhares de cidadãos pobres, simples e honestos e sobre os quais são lançados sistematicamente miseráveis lamentos “piedosos”, verifica-se com estupefacção que existem milhões de candidatos à miséria e afastados dos centros de decisão e para piorar nem uma palavra para os “indemnizar” do tempo que perderam no compromisso honroso que assumiram com convicção para trabalhar seriamente em prol do Pais onde nasceram – por ironia do destino, todo este povo que labutou exaustivamente e com o suor a escorrer-lhe da testa viram com estupefacção, alterados os parcos benefícios que lhe prometeram ao longo dos mandatos e de forma abrupta viram de repente o Estado que elegeram, refastelado no lugar do “vigário” dando o dito por não dito, confirmando com cara de poucos amigos que o 25 de Abril de 1974 não pode ser cumprido porque o País não tem recursos ilimitados – todos estamos de acordo com este raciocínio, mas o que se vê na prática nega tal evidência e com 35 anos em “cima do lombo”, tudo isto “cheira” a caldeira com peixe podre…

Depois do 25 de Abril de 1974 e fora uma pequena resta de esperança, o país entrou em coma e intelectuais, empresários e trabalhadores, entraram em pânico estando em fuga para longe do “ inferno português” que não dá a mínima esperança de tornar Portugal num País com futuro – os portugueses e os jovens em especial, estão enredados em esquemas tenebrosos que ninguém de boa fé entende e tirando do espectáculo algumas autarquias, o resto é uma vergonhosa demonstração de “como não se deve fazer”.

É verdade que o Estado Novo fica a milhões de anos luz do desenvolvimento físico que a U E propiciou, por isso vamos ter TGV`s, aeroportos super modernos, auto estradas por todos os lados e continuamos ainda no euro, no entanto todos começamos a adivinhar que Portugal se esteja a tornar num país hipotecado e esteja a caminho da perda da independência moral, já que outros Filipes se perfilam no horizonte para liderar o inquietante e revoltante atraso “cientifico” que a “censura” transformou em doença maligna hereditária, irreversível e sem cura…

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