sábado, 4 de dezembro de 2010

Parte 2 – O Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa, refém do cerco dos “favelados”

Outro facto, bem relevante é o facto do Brasil ter finalmente assumido o papel de guardião dos interesses dos brasileiros, colocando em acção no terreno forças de combate prontas a fazerem uma limpeza nas favelas que envolvem como uma teia o Rio de Janeiro, tornando a “cidade maravilhosa” numa das mais perigosas do mundo. Todos viram com agradável surpresa os carros blindados, os soldados equipados até aos dentes e todos com satisfação incontida notaram que os “bandidos” como ratos fugiam desorientadamente pelo labirinto dos morros abaixo, procurando sair da pressão e alcançar outros esconderijos que lhes substituíssem a protecção que o complexo da favela do Alemão, do Vidigal, de Santa Cruz e certamente também o baluarte inexpugnável da Rocinha que alcança o átrio da bela Ipanema ou mesmo da inigualável Copa Cabana, lhe ofereciam em tempos de vacas gordas – incrédulos os cariocas, na azáfama conturbada do dia a dia, assistiram atónitos à expulsão dos traficantes dos seus feudos e em alegria retraída procuraram perceber um resultado que se fosse consistente lhes devolveria novamente a liberdade e a vontade de contribuir de outra forma para o engrandecimento dum País fantástico e com possibilidade de crescer – a polícia e as forças armadas conquistaram espaços que estavam fora da sua jurisdição territorial e finalmente estão paulatinamente a refazer os espaços que estavam reféns de forças inimigas e que ameaçavam e ainda ameaçam desconjuntar pela acção terrorista da guerrilha urbana, um tecido social pacífico e que a única coisa que exige é viver em paz consigo e com os outros.
Sabemos todos que “só os peixes doentes, moribundos ou mortos descem a corrente – os saudáveis, esses denodadamente labutam contra a corrente, tentando beber na fonte” – O Brasil, um colosso, quase meio Continente e com perspectivas de poder sair do marasmo e tornar-se num verdadeiro “emergente”, continua espartilhado no desenvolvimento pelas quadrilhas organizadas que traficam, chantageiam, assassinam “por dá cá aquela palha” ou roubam, liquidando um qualquer humano que se delicie nas areias douradas e que se estendem a perder de vista. O Brasil é um exemplo de como os cidadãos devem ser protegidos das pestes que abundam e cercam em crescendo os círculos sociais, limitando-lhe o espaço disponível e tornando-lhe a vida num verdadeiro inferno.

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