terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Esta é uma "cópia", não é uma verdadeira Árvore de Natal

Uma árvore de natal que não exala odor, não tem espinhos nem raiz, prometendo desgraça, não é uma verdadeira Árvore de Natal

Esta árvore de natal carrega para além dos trapos que protegem os desabafos literários dos que se consideram “ pais disto ou daquilo”, uma carroça atafulhada de cadeiras monumentais ocupadas por gente disfarçada atrás de vestes sumptuosas cujo tecido, corte, cor e espalhafato cumprem a promessa de alcançar o fim a que se destinam, nada têm a ver com a "verdade" que a época exige – albardados na simbologia como “nobres” e mesmo que, por ambição desmedida tresandem para os corredores uma solução odorífica de cheiro nauseabundo, o séquito ordeiro e submisso e arrebanhado sabe-se lá por quem, metamorfoseia-se na sombra do poder, que roliço se estende como um nevoeiro até ao patamar mais fundo, oferecendo mais confiança à continuidade no empossar de quem se apresenta na ribalta do palco – é uma árvore que pode ser descrita como um símbolo trágico, que repete até à exaustão o uniforme do blusão de lã mole, descolorido, roçado, esburacado e que ao contrário do que deseja atingir como promessa, torna mais vulnerável quem tem o costume de o usar na época do frio cortante e da boca que não alimenta o corpo franzino.

Esta árvore muda o paradigma porque acentua com especial eficácia o “fim da picada” que lhe prometeram alcançar, a terra dos sonhos – é uma árvore doente que não tem terra para alimentar a raiz e que não vai aquecer no Inverno porque se trata duma “cópia” – a verdadeira árvore de natal emanava odores de fragrâncias raras, estava enraizada na terra, prometia futuro e oferecia no “concavo do sapato” pais natal do tamanho do indicador, que esbanjavam felicidade e confiança e sabiam a verdadeiro chocolate.

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