terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Carnaval também serve para justificar o injustificável

O Carnaval de 2012 não tem tolerância de ponto e os portugueses por castigo, estão de costas voltadas para a classe.

A administração estratégica e socio-política dum País não é compatível com o folclore falsamente vestido de ingenuidade com que muitos partidários se apresentam ao eleitorado – passados que são muitos anos depois do 25 de Abril, os partidos entretanto criados para substituir a ditadura, infelizmente transformaram-se numa amalgama indecifrável e são hoje parte do problema e não da solução – depois da revolução? os mentores ocasionais do movimento e para justificarem o injustificável, auto promoveram-se, abriram os cordões à bolsa, venderam reservas, desbarataram a mais valia existente, desmantelaram o tecido produtivo e encheram a cabeça do povo com promessas e sonhos que hoje são autênticos pesadelos para quem conhece o núcleo duro das possibilidades reais – teóricos que assustam quem os ouve, promessas fenomenais em estereo, investimentos loucos, prémios à fartança, créditos à solta, habitação geral e constitucional, SNS por igual, educação e justiça para todos, acrescidos de subsídios à tripa forra e ambição qb tinham de ter um destino fatal – ganhar as eleições nem que fosse preciso esmagar o povo - o povo analfabeto, saído dum pseudo pesadelo abraçou com sorriso farto todas as promessas e considerou a ditadura uma malfeitoria vergonhosa onde o povo era explorado até ao tutano – o povo sempre etiquetado como gado, sempre iletrado, sempre estúpido e sem estatuto definido e sempre muito perdido nos meandros das revoluções não percebeu o movimento do bumerangue em órbita e que lhe estava reservado mais à frente – a fanfarra barulhenta e embandeirada, as seitas que impunentemente transitavam livres pelos corredores do poder e que proliferaram abundantemente empurradas pela ambição sem lei dão agora a resposta – a minoria? que capitalizou “ o valor de mercado no trabalho dourado” e que usufrui de benesses substanciais não conta por insignificante no contexto global, sendo certo que quem é responsável na ótica dos profetas pelo afundamento, são quem caiu no conto do vigário para adquirir habitação a crédito, são os reformados públicos ou privados quer se tenham reformado aos 50 ou aos 65 anos, ou que à falta de melhor cavaram com sucesso espantoso uma deficiência que normalmente nadava no foro psiquiátrico, são os desempregados que malevolamente alguém determinou a sua presença semanal para inspeção, a longevidade, a natalidade e por fim serão os trabalhadores indiferenciados que nunca terão classificação para desempenhar com produtividade o que quer que seja – a reforma por deficiência física não é um favor, a reforma por limite de idade é uma obrigação e aqueles que sempre cumpriram com zelo e dedicação as suas obrigações são cidadãos que no mínimo merecem respeito – a longevidade e ao contrario de ser um óbice, é uma teia social que ajuda com objetividade os mais novos, a natalidade é a constatação dum facto inultrapassavel por vias do quadro negro que paira carregado de eletricidade no horizonte - atirar para a mesma vala comum oportunistas impiedosos escudados no compadrio poderoso e cidadãos honrados, públicos ou privados, é um erro colossal e jamais o povo se esquecerá disso.

Portugal, não deixou somente cair o poder na rua, também se enlameou num deserto árido onde não existe, competência, mérito, honra, vergonha, carácter e ética – para gáudio dos que calcetaram com precisão a banca rota e ficaram fora do processo das responsabilidades, resta a escola e a justiça que sem margem para dívidas servem bem de " bodes expiatórios" pois na imensa esperteza de quem comanda a política, serão eles os pilares mestres que suportam o edificio e o ajudam a eternizar-se.

Sem comentários: