segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Viaje agora, pague depois...


Sucessivas recessões anteriores antes da adesão à UE acarretaram sacrifícios brutais para a população portuguesa que de forma nunca esperada, iniciou o processo de assimilar a diferença entre “viver” em ditadura, onde a censura imperava e “viver” em democracia onde aparentemente se pode fazer e discutir democraticamente o que quer que seja, podendo-se até de forma autoritária reduzir salários, abonos de família e deduções fiscais e outros quejandos que não vale a pena tratar agora.
Na ditadura falava-se de política e da estratégia económica com receio dos “bufos” à perna; na democracia o sistema é mais sub-reptício mas não deixa de tentar asfixiar financeiramente os áudio visuais e impor “o medo de falar”, controlando a opinião com processos, transferências de posto de trabalho ou mesmo passagem compulsiva à reforma – o povo está manietado na pequena democracia portuguesa e não pode fazer nada senão ficar quietinho e calado no cantinho duma lareira que não tem pau para sustentar o fogo que cose as batatas sem conduto.
O poder instituído de hoje, de ontem e certamente de amanhã, coloca descaradamente á disposição da populaça correligionária benefícios largos e meios de transporte gratuitos e manipula o desenvolvimento político com assessoria profissional que desvirtua os resultados quando em concorrência desleal, desenvolvendo por essa via uma estratégia política que alcança o mesmo arrebanho que Salazar fazia para sustentar as teses de apoio incondicional do povo e do estatuto do “orgulhosamente sós”, tentando endossar responsabilidades a terceiros pelos sucessivos fracassos – hoje os sindicatos, os partidos e quem duma maneira geral controla o “poder”, manipulam a bel prazer a opinião popular e como antes, o fado, o futebol, Fátima, o “rating”, a indisciplina orçamental e o desvario de obras parecidas com o épico dos descobrimentos, nunca como nos dias que correm tiveram um protagonismo tão elevado – o “ópio” chegou novamente à populaça portuguesa que não descortina nenhum meio para sair do imbróglio ideológico, onde os chamados capitães de Abril os colocaram, a não ser o caminho estafado da deserção para a emigração
A revolução, como uma bactéria descoseu todos os tecidos do império e de forma destemperada fez ruir os sinais de capitalismo que pensavam ser um doença infecciosa demolidora e que se não fosse travada e desmantelada, corroeria a ingenuidade dos portugueses. A reconstrução da EU ao ser empurrada com estoicidade por Konrade Adenauer, foi uma estrela que cintilou no horizonte, alertando a “esperteza” para uma adesão sem reticências fazendo acalentar a solução milagrosa para os males que sempre afligiram o quadradinho territorial situado a ocidente e agora amputado dum império territorial espantoso – poucos anos passados da diáspora europeia que finalmente convocava com honra e dignidade a caminhada entre estados europeus, a politica portuguesa foi tomada duma extrema ansiedade para descobrir “engenharias” que lhe dessem acesso fácil aos milhões colocados à ordem e resolutamente começaram a arquitectar todo o tipo de investimentos, alguns, sem qualquer critério justificável à luz da economia, que, apática nunca viu um estudo de sustentabilidade para o futuro.
Os contribuintes líquidos da reunificação Europeia, não descurando a regulação, constataram com alguma perplexidade que os Países do Sul para além de falsificarem as contas com manobras contabilísticas, desbaratavam o dinheiro em orgias sucessivas de espasmo intelectual, acrescentando opulências inimagináveis e que nalguns casos ultrapassavam os países cumpridores dos vários pactos assinados e que deram origem a vários PEC´S – não é por acaso que os do Norte da Europa chamam aos países do Sul “pigs” e os mesmos não se ofendem nada com o epíteto, até gostam, porque sabem “fuçar” e para tal ferramenta não existe suficiente obstáculo que possa travar a irreversibilidade da expansão do movimento emigratório – o velho adágio de que “se não podes vencer, junta-te a eles”, fizeram acordar velhos ressentimentos e a Alemanha assustada com a invasão já afirma que o pluriculturalismo é um fracasso, sendo necessário um esforço para preencher critérios de cidadania plena, enquanto a França já expulsa do território, ciganos Romenos e acautela interesses, quando a nova lei exclui da cidadania gerações não nascidas no Estado Francês.

A Alemanha, que não faz bluff, porque possui na mão um pocker real, brinca com os “pig´s” e com classe empresarial desenhada para o longo prazo da reconquista definitiva, esmaga, esborrachando de encontro ao estábulo de cerca de arame farpado todos os que desbarataram milhões em bijutaria que não serve de nada.

Alguém já disse que a espantosa soma de dinheiro fresco que inundou Portugal nos últimos 20 anos, equivaleria a todo o ouro das descobertas e se bem investido colocaria Portugal e os Portugueses na vanguarda do conhecimento sustentado e da exportação tecnológica – o sr. S. é um político frio, calculista e impiedoso e rodeado como está de assessores profissionais, sabe como ninguém sobreviver no deserto de terra queimada que meticulosamente lhe foi entrando pela porta pequena do palácio – Portugal está falido e pasme-se, o sr. S., em agonia e com sintomas de apoplexia evidente, quer fazer crer que isso é culpa dos que chegaram agora ao teatro político, em vez de explicar aos portugueses como pensa resolver o buraco negro que meticulosamente construiu e que, no “requiescat in pace”, (descanse em paz) engoli-lo-á também.

Sem comentários: