sexta-feira, 17 de outubro de 2008

"Armar ao pingarelho" continua a sêr uma velha profissão

Conversas com Ílhavo, que para alguns é o umbigo

Um familiar próximo emigrou para os Estados Unidos da América à roda dos anos 40 e foi direitinho para Newark N. J. tendo encalhado como milhares de Portugueses na Ferry Street. Parecia no seu dizer que por aquelas bandas se estava em Ílhavo tantos eram os conterrâneos que tinham ali poiso e dali partiam às cinco da matina ou para New York ou para qualquer outro lado trabucar no que aparecesse para ganhar algum para enviar para a familia. Para esta ilustre gente, arranjar trabalho de que espécie fosse, residência, amigos e conhecimentos era coisa fácil para quem estava habituado a tratar o quotidiano com racionalidade, já que, sabe-se desde o princípio do mundo que a pobreza só se resolve com humildade, persistência e trabalho árduo – o único problema com este ilustre Ilhavense era inultrapassável quando falava das gentes de Ílhavo, já que no seu entender eram uns convencidos, uns invejosos e muitas vezes uns caloteiros.
Isto de se ter que usar o trabuco para vencer as inércias que tolhem e por vezes não permitem sequer comer é coisa que passa despercebida a muitos e com especial particularidade a alguns engalanados na sustentação académica que os barra na gloriosa soberba e os transforma em arrogantes e auto glorificados com muita facilidade. A soberba é um estatuto que patinha a par do ridiculamente auto-convencido e que por vezes se confunde com aquela altivez que tem a ver com substância social, com demonstração de capacidades, com inteligência …com ética. Alguns, estratificados e obviamente certificados no largo do bispo, têm tendência excessiva para acelerar tal comportamento e como psicose delirante que é, querer alterar ou manipular o curriculum atribuindo-lhe um valor que ninguém reconhece, teme-se que ganhe estatuto. Requere-se com urgência que pelo menos não se perca a integridade da inteligência nem a ordem e clareza dos pensamentos, dos actos e das vontades que minimamente se lhes exige para que a correcção seja mais tarde feita e o respeito institucional que se deve aos outros seja finalmente reposto em plenitude.
O Concelho de Ílhavo tem alguns explícitos com curriculum e por isso mesmo é uma terra que concorre com os Concelhos limítrofes e não envergonha hoje ninguém. O problema que surge no imediato é a forma pouco usual como alguns troca-tintas (a acha sai à racha, Maria à sua tia), encaram o comezinho da vida ordinária e se desunham para derrubar, danificar ou destruir os seus pares quando são os primeiros a reclamar para si próprios, mais liberdade e mais democracia, como se vivessem na estratosfera e fossem extraordinariamente virgens. Quem julga quem? Com um descaramento vergonhoso e inqualificável, transferem para si próprios a inteligência, o carácter, a honra e a ética e acelerando a fundo por insatisfeitos, auto proclamam-se os arautos de toda a verdade e para certificar tal ambição, encastelam-se no centro da aldeia e ali ficam cegos com a irrealidade que alucinadamente inventaram.

Ao contrário dos fantásticos emigrantes que são homens e mulheres do foro universal, onde todos os dias carregam o fardo da subsistência, outros (abençoada mãe que tais filhos pariu), deleitam-se com a existência duma órbita decadente que escorre e se dilui nos canteiros de flores murchas e fora de tempo.

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